sábado, 20 de junho de 2009

Da terra e sua gente: Amazônia e o Caboco.


Os ribeirinhos é como popularmente são conhecidos os moradores das margens dos rios da Amazônia. A moradia típica é a palafita, de madeira e suspensa do solo, pois, a região de várzea, próxima ao leito dos rios, sofre forte influênica do regime das marés, muito sujeita as inundações períodicas. Comumente, os ribeirinhos são tratados como caboclos (ou caboco, na corruptela do termo), tão designação carrega consigo uma forte conotação preconceituosa, pois, subentende-se que tal população vivem em um estado embrutecido, primitivo e indolente, distante da civilização, submetida pelas forças da natureza. Tal conotação foi historicamente construída, a princípio, pelo imaginário eurocentrista da época das grandes navegações. Esse imanário de um lado via a natureza paradisíaca, enquanto os nativos eram satanizados, legítimando qualquer violência sobre os mesmo para o triunfo da colonização católica-cristã portuguesa. O século XIX inclui um novo elemento na depreciação da população amazônida: a raça. A teorias raciológicas, assumindo ar de ciência, hierarquizavam a humanidade em raças, sendo a mescigenação entre as supostas raças considerada responsável pela geração de indivíduos degenarados, com froxidão moral e sem vitalidade. Essas teorias raciológicas se entranharam no pensamento de intelectuais e escritores, a exemplo do paraense: José Veríssimo. Não tardou para que tais concepções racistas e preconceituosas ganham-se a população que pretendiam inferiorizar, tornando-se correntes e ainda hoje continuam a determinar o olhar sobre a Amazônia e sua população.

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